Ciao!
Já não estou a escrever para o trabalho de semiótica, mas memso assim vou citar. Vou citar a Inês Rocha, neste caso, que diz que já não sabe falar sem ironia. Apoderou-se de nós, é um facto. Está presente nos assuntos sérios e nos menos sérios.
Um dia estamos sentadas em volta de uma mesa e alguém fala sobre um assunto sério, daqueles que peocupa, que dói e remói e faz o coração ficar apertadinho. Não sei bem onde, algures perto dos pulmões, acho.
As reacções: comentários num tom de voz baixo enquanto as cascas das tangerinas são cortadas em pedacinhos, ou com as mãos ou com a faca do jantar.
E, de repente, começamos aos gritos outra vez.Vivemos (em tempos!) no Porto, e as pessoas falam alto e têm um sotaque acentuado.
Entretanto eu vou construindo pequenas – grandes histórias, e elas também. Depois reunimo-nos, e contamos as pequenas – grandes histórias umas às outras, e, entre a ironia habitual, lá nos exprimimos como queremos. A verdade.
A verdade é que nesta casa eramos quatro meninas, mais todos os vizinhos de Erasmus à nossa volta, numa comunidade que já não era só de portugueses, mas que teria sempre como ponto de partida a Comunidade dos Portugueses em Roma. Eramos só nós as quatro e todas aquelas caras conhecidas a uma ou duas portas de distância, que já faziam parte de nós.
Curiosamente, a verdade é que nunca mais vamos ser.
Arrivederci!
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