segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Trenitalia

Ciao!

De volta a Roma, após cinco dias de viagem em comboios e noites mal passadas, de falta de banhos e pés negros da terra, de muito frio e muito, muto calor, de olheiras profundas e cabelos despenteados, de suor e de sonhos, no fundo, de descoberta. De encontro fantástico e imprevisível com a Itália do Norte.

A aventura começou na terça-feira, dia 21, às 4 da manhã. Preparadas as mochilas, saímos de casa para apanhar o autocarro que nos levaria à estação. Mas, quando chegámos à paragem, já ele estava em andamento. Ainda tentámos correr, mas já não fomos a tempo e, portanto, o autocarro seguiu sem nós. Fomos a pé, mas não havia grande problema, porque o comboio era só às 5 e 50.

Quando chegámos à estação principal de Roma, o “Termini”, descobrimos que nos tínhamos esquecido do cartão de memória da máquina fotográfica da Ana, uma máquina de grande qualidade que nos tem acompanhado permanentemente (sim, todos os dias, ou quase) desde o primeiro momento em que chegámos à cidade eterna. Por isso voltámos para trás, apanhámos o autocarro, regressámos a casa, sob risco de perdermos o comboio e o IntraRail começar da pior maneira. O que nos valeu foi termos descoberto que, afinal, o comboio partia do “Termini” mas parava numa pequena estação perto de nossa casa, para a qual corremos em plena madrugada. E assim conseguimos, finalmente, entrar no comboio a tempo de iniciar o IntraRail à hora prevista.

O primeiro local que visitámos foi Perugia. Cidade pequena, quase uma aldeia em ponto grande, com belíssimas paisagens e espaço amplo e acolhedor. A sensação de segurança em Perugia é muito maior do que em Roma, e os seus habitantes, talvez por não viverem na confusão das grandes cidades, pareceram-nos mais simpáticos e afáveis. A grande igreja do centro e o castelo foram alguns dos pontos de interesse que visitámos, mas, de facto, o que realmente me impressionou foi o horizonte a perder de vista entre o verde da natureza e as casas antigas. E, note-se, a deliciosa pizza que almoçámos e o gelado artesanal que lhe seguiu, tudo a preços extremamente em conta (ainda mais para quem vive na caríssima cidade de Roma), foram o complemento perfeito para a nossa primeira manhã de IntraRail.

Umas horas depois chegávamos a Florença, que é provavelmente uma das cidades mais bonitas em que já estive. Percorremos a cidade nessa noite e no dia seguinte, dia 22, e devo dizer que dormimos numa pensão agradável, barata e muito perto do centro. Florença perde-se entre as igrejas e os monumentos antigos, mas, sobretudo, entre as pontes e o rio que segue devagarinho entre as duas margens da cidade. Uma das pontes, a ponte Vecchio, é particularmente interessante. Imaginam uma ponte que, de uma ponta à outra, sustenta casas antigas e rústicas, muito bonitas, transformadas em reconhecidas ourivesarias? É como percorrer uma rua de ourives, uma rua de ouro, no fundo, mas com a possibilidade de nos debruçarmos sobre o muro e fixarmos o rio a correr à nossa frente, a reflectir a cidade nas águas de Florença. Cidade romântica, cidade encantada, talvez, onde encontrámos habitantes de todas as idades a assistirem a concertos de ópera, muito bem vestidos, ao bom estilo italiano.

Durante a noite viajámos até Milão, o grande centro comercial e económico de Itália. Milão é mais bonito à noite, e prima pela elegância dos habitantes e das lojas, não tanto pela beleza da cidade em si mesma. A imponente catedral do centro histórico, que é a maior catedral gótica de Itália, e as galerias Vitorio Emanuele II, reflectem a arte e o bom gosto da cidade, e são pontos interessantes que vale a pena visitar. Além disso, foi curioso percorrer as ruas repletas de lojas caríssimas, onde predominam estilistas de renome e pessoas muito bem vestidas, como se todos fossem a uma festa de gala, à ópera, quem sabe. À noite, Milão brilha, brilha mais do que de dia. Tivemos a sorte de assistir, em plena praça pública, ao ensaio de um espectáculo de dança, cuja exibição ocorreria no dia seguinte, como abertura de um desfile de moda. Os bailarinos impressionaram-nos pela positiva, e atrevo-me mesmo a dizer que foram eles que tornaram a nossa noite em Milão uma noite mais mágica, inesquecível.

Inesquecível também por outros motivos, na verdade. Adormecemos na estação, porque o comboio que nos levaria a Verona só partiria depois das 3 da manhã. Durante o período em que dormimos, roubaram o telemóvel e 10 euros à Ana. Foi um ladrão simpático, no fundo. Não levou nem documentos, nem a sua fantástica máquina fotográfica, já repleta de fotografias das 3 cidades visitadas.

Verona é a cidade de Romeu e Julieta. É uma cidade pequena mas romântica, que se percorre em pouco tempo, mas encanta. Visitámos a casa da Julieta, e tirámos a famosa fotografia junto à sua estátua. É uma casa engraçada, porque os muros da entrada estão todos escritos, cobertos de declarações apaixonadas em todas as línguas, com todas as cores. Uma espécie de romantismo dos tempos modernos; imaginem um muro todo grafitado, mas que transmite verdadeiros sentimentos e onde se inscrevem palavras bonitas de amor. Visitámos ainda algumas igrejas, e percorremos calmamente as ruas da cidade, cheias de turistas curiosos.

De Verona seguimos para Veneza. E eu não me quero estar a repetir, apesar de já o ter mencionado em quase todas as cidades que visitei, mas a verdade é que Veneza é que é, definitivamente, a cidade mais romântica de Itália. O amor está presente em todo o lado: nos longos canais que substituem as ruas apinhadas de gente, nas gôndolas muito bem ornamentadas, onde casais partilham garrafas de champanhe e se beijam apaixonadamente, nas pontes dispersas por toda a cidade, nos jantares à luz das velas junto ao rio… Enfim, no fundo Veneza só não é uma cidade romântica para quem tem pânico de água, o que, felizmente, não é o meu caso. O meio de transporte que utilizámos foi o “Vapporeto”, que é um auto-barco, ou seja, uma espécie de autocarro, que, no fundo, é o transporte público que percorre os canais da cidade. Chegámos na noite do dia 24, e pudemos apreciar toda a beleza da cidade… à chuva. Chovia torrencialmente, o que, pudemos confirmar no dia seguinte, resultou numa cidade meia inundada.

Dormimos num hostel caro, com grandes quartos partilhados por muitas raparigas, mas que incluía um óptimo pequeno-almoço. No dia seguinte já o Sol brilhava no céu azul, mas quase que se tornava difícil distinguir os canais das ruas de pedra, de tal modo que na praça de São Marcos, a mais importante praça da cidade, os turistas andavam descalços sobre a água da chuva, ou, os mais experientes, percorriam o caminho de galochas. Nós optámos por viajar bastante de Vapporeto, até porque tínhamos comprado um bilhete para os três dias, e viajar de barco é uma óptima maneira de chegar a todo o lado e conhecer Veneza e os seus canais.

Entre monumentos e praças meias inundadas, também visitámos uma praia, leia-se, muito pouco apelativa quando comparada com as lindas praias de Portugal. Isto por iniciativa própria porque, na verdade, logo de manhã tínhamos perdido o nosso guia de Itália, prenda da tia da Inês e muito útil na nossa viagem.

Deixámo-lo numa paragem de “autocarro”, ou melhor, de “auto-barco”, e, quando voltámos para o recuperar, encontrámos um papel com um número de telefone e uma mensagem de alguém que o tinha encontrado e levado para casa. Quando lhe telefonámos, descobrimos que a mulher que tinha encontrado o guia não estava disponível para nos entregar, a não ser na semana seguinte! E foi por isso que conhecemos Florença sem destino certo nem orientações turísticas.

À noite, após passearmos pelas ruas de Veneza, visitado algumas lojas e apreciado os canais, deixámo-nos ir num Vaporetto sem conhecermos o seu destino. Passámos por um cemitério que ocupava toda uma ilha; era bastante assustador mas, ao mesmo tempo, tinha qualquer coisa de fascinante e misterioso. Quando demos por nós, estávamos bem longe da estação de comboios, num local desconhecido e longe do centro. O que nos valeu foi que um motorista do Vaporetto decidiu ajudar-nos. Tinha feito a sua última viagem do dia e, depois de “estacionar” o barco, perguntou-nos: “Estão prontas para correr?” E corremos pelas ruelas de Veneza, atravessámos pontes e praças que eu nunca tinha visto, não fazia a mínima ideia de onde estava, mas a verdade, a verdade é que chegámos num instante à estação de comboio.

A ideia era irmos a Siena antes de regressarmos a Roma, mas estávamos tão cansadas que optámos por deixar essa viagem para um outro fim-de-semana, beneficiando do nosso maravilhoso bilhete que dura um mês inteiro e nos permite passear por toda a Itália. Por isso, deixámo-nos ir no comboio até Roma. Ao meu lado viajavam dois brasileiros muito simpáticos, mas eu quase não falei com eles. Porque mal entrei no comboio adormeci. E, quando acordei, estava de novo na cidade eterna.


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Gostaram da nossa aventura? Espero bem que sim, porque a meio da história já não me apetecia escrever mais. O que vale é que eu gosto muito de vocês.

A propósito, as minhas aulas não começaram hoje, porque os meus professores decidiram fazer greve. Aparentemente, só começam na segunda quinzena de Outubro.

Estou em Ersasmus ou estou de férias, afinal? ....

Arrivederci!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Italia

Ciao!

Só tenho a dizer que hoje às 5 da manhã vou entrar num comboio e começar um IntraReil por Itália. Perugia, Florença, Milão, Verona, Veneza e Siena esperam por nós.

Arrivederci (Roma)!

domingo, 19 de setembro de 2010

Civilità romana

Ciao!

Depois de um incrível post sobre Nuttela (não precisam de me agradecer, Mariana Sousa, prazer, ao vosso dispor para fornecer pérolas de cultura), vou voltar a descrever resumidamente o que se tem passado aqui pela cidade eterna!

Ontem fomos visitar o museu da Civilização Romana. Uma actividade cultural, organizada pelo Erasmus Students Network de Roma, sob o slogan “o ESN não organiza só festas!” Pois sim. Bem, mas estar nesse museu é como estar dentro de um livro do Asterix, dá-me uma grande vontade de viver em Roma A.C. Tirei uma foto com uma estátua do César! Parecemos grandes amigos. Hei de a publicar aqui, quando tiver paciência para a passar para o computador.

Bem, chegámos uma hora atrasadas, mas ninguém se pareceu importar com isso. E depois de várias horas a visitar o museu, almoçamos no Mac Donald’s. Informação importante: o cheesburguer voltou à Europoupança, custa um euro outra vez como em Portugal.

À noite preparámos a festa surpresa do João, que não foi surpresa nenhuma porque ele já sabia que ia acontecer. Tinha visto o evento no facebook (e juro, juro que isto é verdade). Conhecemos vários estudantes estrangeiros, e alguns portugueses. Cantou-se os parabéns em português, turco, italiano, inglês e francês. Uma panóplia de culturas, já se vê.

Só que juntaram-se à festa três italianos que nós não conhecíamos de lado nenhum. Supostamente eram amigos de uma alemã, nossa vizinha, mas a verdade é que pareciam não conhecer ninguém, nem o próprio aniversariante, e andavam sempre a rondar os apartamentos. Por isso, nós decidimos, pela primeira vez, fechar as portas e as janelas de nossa casa, com medo que eles tentassem roubar os computadores, o que nunca tínhamos feito por causa do calor.

Mas como somos extremamente responsáveis, deixámos as chaves dentro de casa, e trancamo-nos por fora. Cada uma de nós tem uma chave, ou seja, há quatro chaves para o apartamento. E todas, eu, a Ana, a Inês, a Raquel, todas nós nos esquecemos. Sim, isto é verídico. E como já era meia noite, não queríamos acordar o senhorio para pedir a chave suplente. Por isso, sem carteiras, dinheiro, telemóveis nem roupa, acabámos por dormir em casa do João, no chão, enquanto eles foram sair.

Hoje, Domingo, de manhã, o senhorio também não estava em casa. E tinham dormido seis pessoas num quarto, nós as quatro no chão, apertadas, transpiradas, enfim, mal-cheirosas, quase repugnantes, sem lavarmos os dentes nem tomarmos banho. De facto, o irmão do senhorio só chegou a meio da tarde e nós, cheias de calor e com as roupas todas sujas, já estávamos a desesperar para podermos entrar em casa e tomar banho.

Foi por estarmos neste estado que aconteceu o episódio da chuva. Foi tão simples quanto isto: estava imenso calor, já quase não podíamos com o nosso próprio cheiro e, de repente, começou a chover torrencialmente, qual tempestade tropical. E corremos para o jardim e ficamos encharcadas, e foi mesmo, mesmo bom.

Quando, finalmente, o irmão do senhorio chegou, abriu-nos as portas, acabámos de jogar um jogo com os vizinhos e pudemos finalmente tomar banho e desfrutar da nossa pequena casa.

Entretanto já se tinha passado um dia inteiro.

E hoje o jantar, cozinhado pela Inês, é arroz de frango.

Ah, e eu estou em Roma, e o Papa, ao que parece, está de visita à Inglaterra.

Arrivederci!

sábado, 18 de setembro de 2010

Nuttela

Ciao!

Hoje vou forçar-me a conseguir inspiração. E não me venham dizer que a inspiração forçada não existe, porque não acredito que os grandes escritores escrevam livros em massa sem terem de se esforçar por pôr a cabecinha a trabalhar.

Bem, então hoje vou reflectir sobre a Nuttela e as suas qualidades intrínsecas (escrevi a palavra “intrínsecas”, o que já confere um certo nível à minha reflexão). Como qualquer investigadora séria, fui pesquisar a história da Nutella num site totalmente fiável e credível, o próprio site da Nuttela. Então diz assim:

Nutella spread, in its earliest form, was created in the 1940s by Mr. Pietro Ferrero, a pastry maker and founder of the Ferrero company. At the time, there was very little chocolate because cocoa was in short supply due to World War II rationing.
So Mr. Ferrero used hazelnuts, which are plentiful in the Piedmont region of Italy (northwest), to extend the chocolate supply.”


Isto significa, resumidamente, que o senhor Pietro Ferrero, fundador da Ferrero que hoje todos conhecemos, decidiu usar avelãs para substituir parte do chocolate usado na Nutella, porque, por causa da II Guerra Mundial, havia pouca importação de cacau, mas muitas avelãs em Itália.

Com que então, senhor Ferrero, é a avelã que torna a Nutella aquele creme delicioso e viciante com que barro tostas e pão, que devoro todos os dias em grandes quantidades aqui em Roma. Isto quando não tenho ataques de verdadeira loucura e vício, e como Nutella à colheres. Sem nada a acompanhar.

Mas afinal, qual é a composição da Nuttela? Descobri que “Nutella é uma forma modificada de gianduia (mistura de 70% de chocolate e 30% de creme de avelã). Infelizmente, a receita do Nutella é secreta e guardada por Ferrero. De acordo com o que diz o rótulo de Nutella, os principais ingredientes são o açúcar e os óleos vegetais com avelã. A receita de Nutella varia em vários países. Por exemplo, na Itália a fórmula leva menos açúcar que na França.

Cá em casa todas gostamos de Nuttela. Os nossos vizinhos também, toda a comunidade de portugueses e estrangeiros em Erasmus gosta de Nuttela. Se é verdade que em Portugal nunca comia, não é menos verdade que em Roma ingiro Nuttela como quem bebe água num dia de calor intenso. Normalmente ao lanche, à noite antes de ir dormir, ou ao pequeno-almoço. Ou a qualquer hora do dia.

Nuttela, Nuttela, Nuttela.

Agora a ideia é descobrirem quantas vezes a palavra “Nuttela” aparece escrita neste texto. E para mais novidades sobre Roma, esperem pelos próximos dias. Hoje o dia é dedicado a esta grande especiaria gastronómica.

E, já agora, parabéns João! O João faz hoje anos, é o nosso vizinho do lado. Amanhã conto como correu a festa.

Arrivederci!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Stanza

Ciao!

Cá continuo eu na cidade eterna, o tempo a passar cada vez mais depressa, não sei porquê.

Tantas coisas para contar, e tão pouca inspiração para escrever…. Isto está mau!

Andamos por aí a passear, a ir a festas. A conhecer gente e a conhecer (devagarinho) cada rua de Roma. Cada vez chegam mais alunos de Erasmus, portugueses e estrangeiros. Muitos vêm pedir-nos ajuda para encontrar casa. A nós que, há pouco mais de dez dias, estávamos tão perdidas quanto eles.

Enquanto estamos de férias, vamos aproveitar para passear cada vez mais. Conhecer outras cidades de Itália, viajar de comboio. Tenciono escrever muito sobre os novos lugares que descobrir!

E pronto, como hoje estou pouco inspirada, pouco escrevo. E fico-me por uma foto.

Arrivederci!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aggiornamenti

Ciao!

O dia de ontem não foi particularmente produtivo, mas a noite foi engraçada.

Limitamo-nos a acordar lá para o meio dia (como sempre!), ir almoçar à cantina, ver o filme “Sliding Doors” a meio da tarde (porque, no meio do calor que se faz sentir aqui em Roma, começou a chover torrencialmente) e, quando o Sol voltou a brilhar, fomos ao supermercado. E, entre utensílios e comida, comprámos uma torradeira e um ferro de engomar.

Cozinhámos jantar para todos os vizinhos (hoje hão de cozinhar eles) e fomos ao tal cocktail perto da Piazza Navona, onde beneficiamos de descontos por termos cartão erasmus. Mas, mesmo assim, os preços nunca foram propriamente apelativos.

Conhecemos mais pessoas de diferentes nacionalidades: os sempre simpáticos brasileiros, espanhóis, italianos, turcos e franceses. Um dos italianos sabia falar muito bem português, e, inclusive, conhecia as músicas todas do Quim Barreiros!

Bem, e agora vou-me vestir, que vamos almoçar, mais uma vez, à cantina principal

Arrivederci!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Undicesimo Giorno

Ciao!

A brincar, a brincar, já passaram 10 dias desde que chegámos a Roma! Já vivemos tantas coisas mas, ao mesmo tempo, parece que o tempo passou muito, muito rápido.

Domingo passeámos, como, aliás, é o que temos vindo a fazer. Fomos à Fontana di Trevi, que é bem bonita e, sobretudo, imponente! À noite ficamos em casa a ver um filme, o que nunca aconteceu desde que temos casa, porque temos saído todas as noites. O resultado foi todas adormecermos nos primeiros minutos do filme, e, portanto, ninguém viu filme nenhum.

Ontem (Segunda-feira, porque hoje tecnicamente já é Terça, são três da manha aqui em Roma) conseguimos FINALMENTE o cartão que dá acesso às cantinas, e almoçamos na cantina principal. O almoço incluí um primeiro prato de massa, e um segundo prato de carne. A carne não vinha juntamente com os acompanhamentos: a salada e os croquetes de batata eram servidos à parte, em pratos diferentes. Não pudemos comer fruta porque, aparentemente, trouxemos acompanhamentos a mais. Pelo que percebi temos de dispensar ou a salada ou os croquetes de batata para podermos trazer fruta.

Ao fim da tarde fomos ter ao Coliseu, onde nos despedimos do meu amigo Vini, que estava cá a passar férias, e do seu amigo Luís. Devorei um óptimo croissant de chocolate.

Esta noite fizemos outra sessão de cinema, mas desta vez com os nossos colegas dos apartamentos vizinhos. Vimos o “Pulp Fiction”, do Tarantino, no quarto do João e do Pedro. Divertimo-nos bastante e tiramos algumas fotografias engraçadas.

Amanhã vamos a mais uma festa de Erasmus, e devo ter mais coisas para contar. Agora vou dormir, que já passa das três da manhã!

Arrivederci!

domingo, 12 de setembro de 2010

Passeggiata

Ciao!

Tendo casa assegurada e tendo pouco que fazer, passeia-se em Roma!

Curiosamente, um amigo meu, português, veio com outro amigo passar uma semana a Roma, de férias. Decidimos oferecer-lhes o primeiro jantar em nossa casa, que consistiu numa saborosa massinha com atum, que todos adoramos.

Feitas turistas, andamos com eles nestes últimos dias a passear pelo Coliseu, pela Fontana di Tervi e por ruas e ruínas e praças (e bares) que ainda não conhecíamos. É que, como ontem foi Sábado, não pudemos resolver quase nada, nem na faculdade nem em nenhum órgão de serviço público. Por isso, até à noite de ontem não fizemos mais nada a não ser passear, comer e beber, sair à noite e divertirmo-nos em Roma. Acordamos sempre tarde, o que se está a tornar uma rotina errada. Hoje, por acaso, acordei às 11. Mas ontem, só nos levantamos às duas da tarde.

Temos novos vizinhos: mais uma portuguesa, uma rapariga alemã e uma húngara. E conhecemos um austríaco à procura de casa, coitado, desejoso de ficar em qualquer lugar, mas que ainda não encontrou apartamento.

Hoje ainda não sei como vai ser o dia, mas visto que é Domingo e continua tudo fechado, provavelmente vamos continuar a passear. Que boa vida!

Arrivederci!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Notizie

Ciao!

São quase três de manhã aqui em Roma, e estou tão cansada que só me apetece ir dormir. Que é, aliás, o que vou fazer dentro de minutos. Depois de comer como se não houvesse amanhã.

Hoje passámos quase uma hora e meia à espera nas finanças, a jogar ao “stop”, para conseguirmos um código fiscal que, não sei porquê, nos dá acesso às cantinas da faculdade.

Depois fomos ao supermercado, comprar comida e coisas para o apartamento. Foi nesta altura que descobrimos que tínhamos trazido uma mala a mais, do hostel onde dormimos cinco noites, antes de termos casa.

Ligaram-nos do hostel a perguntar se não nos tínhamos enganado a trazer as malas. Temos tantas malas que uma veio por engano. E lá fui eu e a Ana levá-la ao hostel, porque a sua dona tinha de apanhar uma avião em uma hora, enquanto a Raquel e a Inês enchiam sacos de comida no supermercato.

Agora à noite fomos a uma festa de Erasmus, chegámos à pouco tempo. Conhecemos várias pessoas simpáticas de várias nacionalidades. Este ano parece que estão cá em Roma sobretudo estudantes portugueses, espanhóis e franceses.

E agora vamos comer qualquer coisa com os nossos vizinhos portugueses, do apartamento ao lado. São de Lisboa, estudam engenharia. Bem, parece que o João vai cozinhar um bife…

Arrivederci!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Finalmente a casa!

Ciao!

Parece mentira, mas hoje já estou a escrever de casa. Sim, porque agora vivo numa casa, e não num hostel! Já não tenho de passar a vida no MacDonalds para ter net, porque temos net Wirless no nosso próprio apartamento!

A escolha não foi fácil, mas acabamos por nos decidir. Depois de vermos mais uma casa, hoje de manhã, restaram-nos três opções mais ou menos viáveis. Eram elas:


Hipótese 1)

Prós
* Zona central
* Duas casas-de-banho
* Varanda
* Senhorio super fixe
* Senhorio compra a mobília que quisermos
* Elevador

Contras
* Mobília velha
* Um quarto ocupado até Outubro
* Preço
* Sem certezas de contrato


Hipótese 2)

Prós
* Zona central
* Contacto frequente com alunos Erasmus
* Casinhas acolhedoras
* Cama extra para visitas
* Jardim

Contras
* Preço
* Falta de espaço
* Falta de privacidade


Hipótese 3)

Prós
* Preço
* Zona segura
* Transporte (tram)

Contras
* Longe como o caraças (40 minutos de tram, cerca de uma hora de casa à faculdade)
* Zona longe de tudo e de todos
* Não tem elevador, e fica no quarto andar



O apartamento número 3, embora tivesse um preço mais acessível, foi rejeitada por ser realmente muito longe da faculdade. O apartamento número 1 também foi posto de parte, porque o senhorio não tinha a certeza de o poder alugar, pois preferia contratos por um ano, e nós só vamos ficar em Roma seis meses.

Para garantir que tudo era tratado da melhor forma, tivemos a ajuda do marido de uma amiga da mãe da Raquel, que é italiano e verificou o contrato escrito pelo senhorio. Até conseguimos um desconto de 25 euros por mês! E estamos finalmente em casa, rodeados de alunos de Erasmus, alguns portugueses simpáticos e um cãozinho amoroso que pertence ao dono dos apartamentos.

E agora sim, vou desfazer as malas, e vou descansar.

Acabou-se a busca incansável pelo apartamento perfeito.

Arrivederci!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Odissea continua

Ciao!

Finalmente consigo escrever com acentos e cedilhas, porque como já tenho um cartão de telemóvel italiano, tenho acesso à Internet Wirless em todos os MacDonald’s de Itália! O que me permite escrever a partir do meu computador pessoal, e não ter de utilizar os computadores italianos, que têm um teclado diferente.

São agora 22:27h em Portugal, 23:27h aqui em Roma, do dia 6 de Setembro, Segunda-feira. Estou a escrever do quarto do hostel, para amanhã, quando for ao MacDonald’s, postar no blog. Hoje o dia foi um pouco frustrante.

Por um lado tratamos de tudo com a faculdade e o gabinete de Erasmus, já somos oficialmente estudantes de Scienze della Comunicazione, della universit’a La Sapienza. Por outro lado, apesar de hoje termos conhecido apartamentos incríveis, muito confortáveis, espaçosos e modernos, ainda estamos um pouco reticentes na escolha, uma vez que são todos longe da faculdade. Amanhã espera-nos mais um dia de incansável procura pelo apartamento perfeito, ou, digamos, o apartamento mais acessível a nível de custos, comodidade e localização.

Mas como se não bastasse termos andado um dia inteiro a ver apartamentos, meias perdidas pelas ruas de Roma, ao chegar ao hostel descobrimos que, como não tínhamos mais noites reservadas, amanhã o nosso quarto seria ocupado por outras pessoas. Por isso, de Segunda para Terça já vamos dormir noutro hostel, um piso abaixo do nosso, e pelo mesmo preço, mas que implica imenso trabalho a levar as malas todas.

Tenho pena. Estava a gostar destes marroquinos, que nos vinham trazer o pequeno-almoço ao quarto, e que nos deixavam pagar menos do que o inicialmente acordado.

Para acabar bem a noite, fomos expulsas do Mac Donals por estarmos lá com 4 computadores portáteis. Uma italiana ranhosa começou aos berros a acusar-nos de estarmos lá demasiado tempo, mas ela não tinha razão nenhuma: não só jantamos lá e, por isso, pagamos bastante, como o Mac estava quase vazio, e, como tal, não estávamos a roubar o lugar a ninguém.

O que vale é que aqui em Roma, para além de haver quatro ou cinco pizzarias por rua, também não falta um Mac Donald’s em cada esquina. De maneira que amanhã lá estaremos nós, num Mac Donald’s diferentes, a beber um café ou a comer um bolo e a usufruir da Internet Wirless.

Hoje já é Terça-feira, vamos jantar daqui a pouco, e é bem verdade que, depois de um dia mau, vem sempre um dia melhor. Acordamos cedo e mais uma vez partimos em busca de apartamentos.

De manhã fomos à faculdade de Economia, onde adquirimos o cartão de estudantes Erasmus, que nos dá a possibilidade de almoçar nas cantinas e descontos em festas da Associação de Estudantes.

Mais uma vez ligamos o nosso “radar” de procura de residência, porque, por cá, onde há muitos estudantes, há anúncios a apartamentos em todas as paredes e postes de electricidade. Vimos duas casas simpáticas e perto do centro, mas um pouco caras. Uma delas é numa espécie de “residência” só para alunos de Erasmus, onde, inclusive, encontramos alguns colegas portugueses.

Mas continuamos indecisas. Amanhã vamos ver uma outra casa, bem mais barata, mas mais afastada do centro. Tem, porém, uma boa rede de transportes, uma espécie de eléctrico (o “tram”), que pára mesmo em frente à faculdade.

Amanhã penso que será o dia da decisão final. De todos os que já vimos, já seleccionamos os quatro melhores apartamentos (em principio acrescentaremos o quinto, amanhã), fizemos uma grelha dos prós e contras, e vamos ponderar muito bem a nossa escolha.

Arrivederci!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Appartamento?

Ciao!

Continua a nossa busca por apartamentos!

Ontem FINALMENTE comemos algo sem ser pizza ou sandes. Ao irmos ao Vaticano acabamos por ser convidadas para almocar no Colegio Pontifice dos Portugueses, por um simpatico padre portugues. Comemos ate rebentar, primeiro prato de massa, segundo prato de batatas e carne, e ainda um grande gelado, estava tudo tao bom! Este padre era bem mais simpatico que o primeiro, e prometeu ajudar-nos na busca de apartamento.

Nao teem nocao do quao bonito e o Vaticano, e de como e freca a agua que corre das suas fontes. Tambem ninguem imagina a multidao de turistas que por la passam ao fim-de-semana....

A tarde fomos ver um apartamento, apesar de ser Domingo, porque a amiga da mae da Raquel foi muito simpatica e levou-nos de carro, com o marido. Mas a casa nao nos agradou nada. Primeiro porque era para dividir com mais duas pessoas, segundo porque o estado de habitacao era bastante duvidavel....

A noite fomos a nossa primeira festa de Erasmus, perto do Coliseu, mas estavamos tao cansadas que viemos embora cedo. Mas ainda consgeuimos conhecer algumas pessoas, e mesmo falar com alguns portugueses!

Ainda ligamos para os nossos outros contactos e hoje, que e Segunda-feira, vamos ver mais apartamentos. Vamos ainda tirar o passe de estudante, que custa so 18 euros por mes, para podermos andar a vontade nos transportes, e vamos a faculdade assinar uns papeis importantes para mandar para Portugal.

Mais uma vez, peco desculpa por nao por acentos nem cedilhas, mas continuo sem me entender com este teclado!

Arrivederci!

Primi Giorni

Ciao!

Dia 3 de Setembro, chgamos finalmente a Roma. Agora ja nao se pode voltar atras, nao e?

Basicamente correu tudo mais ou menos bem. A viagem correu bem, mas a primeira coisa que eu fiz quando cheguei ao aeroporto foi vomitar, porque a sande que deram no aviao nao estava la muito boa. Mas depois senti-me optima.

Para levar as malas todas ate ao hostel, foi terrivel. Gastamos imenso dinheiro num taxi quando o hostel era apenas a 2 minutos da estacao de comboio. Eram cerca de 14 malas, a contar com as mochilas e saquinhos.

O hostel nao e mau, apesar de ser dirigido por marroquinos que mal sabem falar ingles. Tem apenas um elevador, muito apertado, daqueles mesmo antigos, em que cabemos as 4 com MUITA dificuldade. So que eles levam-nos o pequeno-almoco ao quarto.... as 7 e meia da manha. E simpatico, mas acordamos muito cedo. Mas temos de aproveitar, ate porque esta incluido no preco!

Quanto ao alojamento, ainda nao temos casa, por isso pagamos mais duas noites no hostel. Mas fomos a faculdade, e compramos um jornal so de anuncios, e por isso conseguimos bastantes conts uteis, de apartamentos! Supostamente teriamos a ajuda de um padre portugues, que tem alojamento para estudantes portugueses mas, aparentemente, os portugueses de Erasmus do ano passado portaram-se tao mal que ele desistiu de tentar ajudar, e ate foi bastante antipatico connosco. Mas com todas estas voltas na busca de contacto acabamos por passar no Coliseu, no Panteao e em varias ruinas romanas, o que foi muito giro mesmo.

Conhecemos um rapaz alemao que veio para ca em Erasmus, para o conservatorio. E simpatico, e nao toca nenhum instrumento, e cantor. Tambem ja conhecemos alguns portugueses, que tambem nos podem ajudar com o alojamento.

Amanha (Segunda-feira) vamos ver 3 apartamentos, os 3 seleccionados por nos, que nos pareceram os melhores, e com uma boa relacao qualidade- preco. Hoje, que e Domingo, vamos ate perto do Vaticano, onde tambem ha um padre que fornece apartamentos, esperemos que seja mais simpatico que o primeiro. Temos ainda a ajuda de uma amiga da mae da Raquel, que provavelmente ate nos vai levar de carro e tudo! De qualquer maneira, com tudo o que ja arranjamos, devemos ter casa la para Quarta, se tudo correr bem.

Aqui e dificil levantar dinheiro e arranjar um cartao para o telemovel, italiano. Os cartoes sao todos muito caros, e ainda nao decidimos qual e a melhor rede. Mas, em principio, trataremos de tudo hoje, antes de irmos para o Vaticano.

Bem, parece que o meu tempo de Internet esta a acabar, de maneira que vou andando. Gosto muito de voces todos! Nao me entendo muito bem com o teclado daqui, por isso nao pus acentos nas palavras, e devo ter cometido alguns erros.

Arriverci!