quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E alla fine arriva mama!

Ciao!

Para começar em grande, novidades fresquinhas: já tive duas aulas de italiano, e já vi dois filmes italianos! Daqui a uns dias domino a língua. De facto, é bom constatar que, mesmo vendo filmes sem legendas em português ou inglês, compreendo grande parte do que ouço (e leio, porque as sessões de cinema organizadas pela comissão de Erasmus incluem sempre legendas, em italiano).

A minha turma agrupa gente simpática e divertida, acolhedora desde a primeira aula. Para além de mim e mais uma portuguesa, a turma é constituída por franceses, alemães, uma lituana e uma chinesa (sim, uma chinesa, que não consegue pronunciar correctamente os “R”s, mas que se desenrasca muito bem, para quem está acostumado a um alfabeto diferente!). Mas, sobretudo, a minha turma inclui muitos, muitos espanhóis! É incrível como há tantos espanhóis em Erasmus, eles estão por todo o lado!

Alguns esforçam-se por falar italiano correctamente, mas muitos limitam-se a falar espanhol e a mudar um pouco o sotaque, convencidos que, no fundo, entre espanhol e italiano há pouca coisa que muda. Mas já foram avisados para não trocar os “V”s pelos “B”s, e para não acrescentar “E”s nas palavras que começam por “S”!

Logo na primeira aula fui apelidada de “mascote” da turma, porque sou, de longe, a mais nova. Aliás, cá em minha casa devemos ser as mais novas alunas em Erasmus, porque poucos alunos fazem Erasmus logo no segundo ano. É engraçado, sinto-me jovem, cheia de vida, e sinto-me feliz por o ser. À minha volta toda a gente é mais velha, mas eu não os invejo, que eu tenho muito, muito tempo para crescer!

Na segunda aula trabalhei com um espanhol chamado “Juan”, e é mesmo engraçado descobrir as diferenças entre as duas línguas. Eu nunca gostei muito de espanhóis, mas, neste caso, somos todos estudantes e estamos todos a tentar aprender italiano, e, por isso, a base do desenrascanço vale para todos. Ninguém se ri quando alguém erra ou hesita, estamos todos no mesmo barco. E, acreditem, há sempre alguém que acrescenta uma palavra espanhola, portuguesa, francesa ou inglesa a uma frase italiana. É uma mistura gigante, é uma grande, grande confusão cultural.

Porque não são só as diferenças da língua que sobressaem, mas também as de hábitos e costumes. Por exemplo, a minha colega chinesa, Yang, admitiu considerar muito estranho os italianos atirarem as beatas dos cigarros para a rua! Ao que parece, na China esse acto dá direito a multa. E, enquanto que os espanhóis, que jantam por volta das 10, acham que os italianos jantam muito cedo (8, 8 e meia), a minha colega lituana admite que na Lituânia nem se janta, come-se qualquer coisa ao fim da tarde, mas nunca depois das 6 e meia.

De resto, não tenho muito mais para contar. Há uns dias fomos ao Coliseu, ao Palatino e ao Fórum Romano, visita organizada pelo ESN. Mas tive pena, porque no dia em que entramos dentro do Coliseu, choveu. Aliás, tem chovido bastante em Roma. Hoje, por exemplo, não choveu todo o dia, esteve bastante calor, mas agora à noite chove torrencialmente.

Os próximos dias prometem ser engraçados, até porque vou receber visitas cá em casa. E, Segunda-feira, começam as minhas aulas na faculdade. Finalmente!
Sinceramente, já me estava a assustar esta greve dos professores. A perspectiva de não passar a nenhuma cadeira no primeiro semestre não era propriamente animadora! Mas, enfim, já está tudo resolvido. Agora, é trabalhar a sério.

Ah, é verdade! Não podia acabar sem contar que descobrimos que a famosa série “How I met your Mother” (que eu tenho acompanhado fielmente), é conhecida aqui por “E alla fine arriva mama!”. Exacto. Aqui está a razão do titulo de hoje. Ainda pior que em Portugal, “Foi assim que aconteceu”. Mas porque é que traduzem os títulos das séries? Porquê????

Arrivederci!

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