terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Oggi mi sento di scrivere

Ciao!

A Ana chegou a Portugal no dia 1 de Dezembro, e só voltou a Roma no dia 6. Foi fazer uma surpresa ao pai, que fez anos. Encontrou viagens baratas pela RyanAir, Roma-Madrid e Madrid-Porto, e voltou à pátria durante uns dias. E durante uns dias a cama foi só minha, pude desarrumar o quarto à-vontade e atirar a roupa para o lado dela, e ninguém me criticou! E, mesmo assim, tive tantas saudades. Tive tantas, tantas saudades do meu floco favorito...

Por cá, o peso dos trabalhos da faculdade e dos exames que se aproximam começa a fazer-se sentir, e é assustador. Esta Quinta-feira, por exemplo, vou entregar um “abstract” à minha professora de “Semiotica”, um resumo da minha proposta de trabalho para Janeiro.

Sexta-feira fui às compras com a Vanessa. Ela ainda comprou bastantes prendas, eu limitei-me a comprar a prenda de Natal para o meu querido irmão, mas fiquei toda contente. Tenho a certeza que ele vai adorar!

À noite fomos a uma discoteca já bem conhecida, que eu gosto muito, porque tem várias pistas de dança com diferentes tipos de música. Desta vez havia duas pistas abertas, uma onde supostamente se dançava“reggaeton”e outra mais “rock indie”, pelo menos foi o que lhe chamaram. Nomes à parte, dancei músicas que já não ouvia há muito tempo, e o único problema foi mesmo a dor de ouvidos e a sensação de surdez porque, não sei bem porquê, nessa noite a música estava demasiado alta, insopurtável para qualquer ser humano normal. Bem, tive mais algumas pseudo-chatisses para além do volume ensurdecedor da discoteca, mas essas foram pseudo-chatisses de Erasmus, daquelas que não se contam.

(Em Erasmus, tudo têm uma importância um pouco relativa. As chatisses não podem durar muito, porque o Erasmus vai acabar depressa e não há tempo para isso. Aliás, estás a tentar recuperar de uma chatisse que pensas que te afectou profundamente,e, na verdade, logo te aparece outra oportunidade de pseudo-chatisse futura. Gosto.)

Sábado, ainda meia ensonada, visitei uma pequena parte das “Catacumbas de Priscilla”. Mais uma visita organizada pelo ESN, que eu gostei particularmente. Os 14 kilómetros de túneis subterrâneos onde se conservavam os mortos podem parecer mórbidos para muita gente. Para mim, parece-me um óptimo lugar para pensar na vida, passear sem apanhar chuva e jogar às “escondidinhas” com amigos.

À noite, depois do treino de volley (que correu particularmente bem, porque éramos poucos a treinar), fomos a S.Lorenzo. A zona dos estudantes italianos, que é como quem diz, a verdadeira vida académica romana, à parte erasmus. Fomos com um amigo italiano, o Aldo, que nos levou a uma livraria-bar, e eu bebi consolada um chocolate quente com canela que me soube mesmo, mesmo bem. Até porque a noite estava gélida (ainda que não tão gélida como no Porto, pelo que ouço dizer).

Domingo foi dia de me rebolar em casa, de pijama, estudar italiano e adiantar trabalhos para a faculdade. À noite a Inês cozinhou frango com arroz branco, comida pouco italiana mas bem saborosa, que partilhámos num grande jantar com os vizinhos portugueses, o sueco e o espanhol.

Segunda-feira fui às aulas, como pessoa aplicada que sou, e, não me lembro bem, mas acho que ainda estudei qualquer coisa. À noite fizemos um sorteio entre os portugueses, o típico amigo secreto de Natal. Escrevemos os nomes de todos em pequenos papeis, pusémos dentro de um copo de plástico da cantina, e cada um de nós retirou um papel, aleatoriamente. E agora temos de oferecer uma prenda, com o valor máximo de 5 euros, à pessoa que nos calhou.

O resto da noite foi totalmente... alternativo. Fomos, com os novos vizinhos, o sueco e o espanhol, a uma discoteca/bar que não conhecíamos, em S.Lorenzo. Se eu escrevesse sobre toda a noite, iria demorar horas a descrever tudo, por isso vou atirar palavras ao ar: um palco onde cantavam e dançavam homens e mulheres semi-nus, paredes forradas de pinturas satânicas, projecções da virgem Maria em grande plano, chicotes, venda de brincos e pulseiras para ajudar a população do Kenia, homens a fazer malabarismo, música de todas as épocas e de todos os estilos, anúncios dos anos 80 transmitidos num grande ecrâ. Misturem tudo com alcóol e têm um grande coktail alternativo. Apreciem.

Parecendo que não, gostei da diferença. Se houvesse alguma possibilidade de Roma cair na rotina, a noite de ontem quebrou-a totalmente.

Arrivederci!

1 comentário:

  1. Oh que bitchie! :D O teu floco confessa que também teve um bocadinho de saudades tuas e até da tua desarrumação.

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